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Foto do escritorJoão Cânovas

Empregador vs. "Posseiro"

Faz algum tempo que eu estava planejando este artigo, prometo não ser muito longo mas só para me apresentar rapidamente, sou publicitário de formação, especialista em marketing pela FGV e construí metade de minha carreira dentro da publicidade e propaganda, onde atuei por 6 anos e atendi mais de 150 empresas. A outra metade dentro do franchising, setor que sou apaixonado e onde firmei raízes.


Há poucos anos tive a oportunidade de alçar vôo solo, abri minha consultoria, a Nova Era Estratégia e hoje compartilho contigo que foi uma das melhores decisões que tomei. Existem empresas que também estão mudando, modernizando e dinamizando suas gestões e cada vez mais será uma prática comum o empresário ter este tipo de relacionamento, uma consultoria, renovada contratualmente ano a ano e olha que isso foi antes das alterações nas leis trabalhistas que aconteceram no Brasil em 2017.


Infelizmente nem tudo são rosas. Ainda está enraizada de maneira muito forte a "cultura CeEleTista (CLT)" não apenas no mercado trabalhador mas também no empregador. Este artigo vem propor uma reflexão simples: você é empregador ou "posseiro"? O termo posseiro vem de "posse", "possuir", "apropriar-se". O "posseiro" é um perfil de empregador que carrega em si o sentimento de posse sobre seu time, sobre seus colaboradores, como se fossem sua "propriedade", como um pastor que cuida de seu rebanho. Cuidam com tanto afinco da sua equipe que a sufoca, a cerca, supostamente a protege contra os "perigos do mercado", conquistam uma pseudo-lealdade implantando a cultura do medo, como se ali seus colaboradores estivessem protegidos do temido desemprego, aplicando ameaças do tipo "o mar lá fora não está para peixe" ou também "ninguém é insubstituível", "tem uma pilha de currículos de pessoas para trabalhar aqui no lugar de vocês..." e até mesmo construindo barreiras e formas de limitar o crescimento do seu próprio time. Basta procurar um pouco, conversar com meia dúzia de empresários em uma pequena roda que você ouve de tudo, já vi casos até de empresas que proíbem o comércio entre seus colaboradores aplicando advertências, punições, penalidades e em último caso demissão por justa causa. Já vi também o oposto disso, empresas que reservam 1 dia útil inteiro do mês exclusivamente para a "Feirinha do Colaborador" onde as pessoas livremente montam suas "barraquinhas" dentro da própria empresa para comprar e vender aquilo que produzem fora do horário comercial (artesanato, doces, salgados, aula de música...), incrível não?! (eu acho!), esta é uma maneira do empregador incentivar o empreendedorismo dos seus colaboradores, afinal, quem empreende testa, erra, aprende! Na minha opinião, eu acredito que se meu colaborador aprender sobre controle de estoque, fluxo de caixa, precificação, negociação, vendas... praticando em seu negócio próprio, com certeza vai beneficiar seu rendimento em sua atividade colaborativa. Empregador "posseiro", que proíbe ou inibe seus colaboradores de empreenderem, na verdade não possui segurança nenhuma sobre o seu próprio negócio ou então eles sabem que sua empresa não tem ferramentas suficientes para retenção de talentos.


Fica aqui a reflexão: você é empregador ou posseiro? O mercado trabalhista mudou, as relações trabalhistas mudaram, a economia do Brasil mudou, o consumidor não é e nunca mais será o mesmo. Estabeleça contratos bem firmados e transparentes, seja flexível, trabalhe por demanda ou por entregas, bonifique e pague pelo que for entregue além do combinado. Não meça o comprometimento do seu time pelo relógio de ponto, isso é no mínimo uma relação medíocre e cuidado mais uma vez pois existem 15 milhões de empresas do Brasil e o sol não gira em torno da sua.


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